Revolução no mapeamento científico: computadores desvendam aromas
Em uma notícia publicada recentemente pelo jornal britânico The Guardian, intitulada originalmente "‘Giving computers a sense of smell’: the quest to scientifically map odours" (em tradução livre, "Dando aos computadores um sentido de olfato: a busca para mapear cientificamente os odores"), o jornalista Ned Carter Miles aborda um tema intrigante: a possibilidade de digitalização de odores.
Analisei o artigo e vou discutir ele aqui focando em 3 pontos:
1. Inteligência Artificial aplicada ao olfato.
2. Mapeamento estrutural e perceptivo de moléculas.
3. Impactos da digitalização de odores para a prevenção de doenças.
O artigo escrito por Miles traz uma verdadeira viagem ao desconhecido mundo do olfato no contexto da tecnologia. Sabemos que hoje, na era da digitalização, onde imagens, vídeos e dados são codificados e armazenados, o olfato ainda é um mistério. Não temos uma forma explícita de medir ou codificar um cheiro. No entanto, alguns pesquisadores, como o CEO do startup de IA olfativa Osmo, Alex Wiltschko, estão na missão de mudar essa realidade.
O objetivo de Osmo é conceder aos computadores uma espécie de sentido olfativo, mapeando a forma como percebemos os odores. O processo de digitalização de odores consiste em entender a estrutura química de uma molécula e associá-la à percepção de cheiros. Além disso, é curioso notar que algumas moléculas com estruturas muito semelhantes podem produzir odores diferentes, enquanto moléculas com estruturas completamente diferentes podem proporcionar cheiros semelhantes.
Consequentemente, essa tecnologia pode trazer enormes benefícios para diversos setores da economia. Agricultura, armazenamento de alimentos, rastreamento de pandemias e prevenção de doenças são apenas alguns exemplos de aplicações possíveis. Melhorias na forma como detectamos odores em alimentos ou na identificação de partículas virais no ar poderiam revolucionar esses setores, e o Brasil poderia se beneficiar de maneira significativa.
Poderíamos, por exemplo, investir mais em pesquisas acadêmicas e de empresas para desenvolver esta tec
Imagine só se pudéssemos sintetizar e recriar os cheiros únicos da nossa vasta fauna e flora através desta tecnologia? Até a indústria de perfumes poderia se beneficiar, encontrando novas notas olfativas ainda não exploradas.
No entanto, mesmo com tamanha promessa, ainda estamos no estágio inicial de entendimento desta tecnologia. Entender a complexidade das interações químicas que resultam em nossas percepções olfativas é um desafio enorme. Mesmo assim, no contexto dos 100 anos após a pergunta de Alexander Graham Bell sobre se podemos medir a diferença entre dois odores, a resposta agora parece ser "sim".
Enquanto diretor de inteligência artificial da EXAME, acompanho diariamente as últimas notícias do setor e estou sempre atento aos avanços mais impactantes. E você, acredita que a digitalização de odores representa uma tendência que veio para ficar?
Para acessar o artigo original no The Guardian, [clique aqui](https://www.theguardian.com/science/2023/oct/28/giving-computers-a-sense-of-smell-the-quest-to-scientifically-map-odours).
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